sábado, 19 de novembro de 2011

Análise da variação linguística na música “Chopis Centis”

Chopis Centis

Eu dí um beijo nela
e chamei pra passear.
A gente fomos no shopping,
pra mó de a gente lancha.
Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.
Até que tava gostoso, mas eu prefiro aipim.

Quantcha gente,
E quantcha alegria,
A minha felicidade
é um crediário
nas Casas Bahia.

Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho,
prá levar as namorada e dá uns rolêzinho.
Quando eu estou no trabalho,
não vejo a hora de descer dos andaime
prá pegar um cinema, do Schwarzeneger
e também o Van Damme.

Quantcha gente,
E quantcha alegria,
A minha felicidade
É um crediário
nas Casas Bahia.

Essa música é um ótimo panorama do que se trata de variações lingüísticas.
Observa-se a variação social, onde se pode notar o meio social do indivíduo, tal como seu grau de instrução. Neste caso, o sujeito apresenta-se como uma pessoa de classe social baixa, como no trecho “A minha felicidade, é um crediário nas Casas Bahia” (comércio popular); que exerce a profissão de pedreiro “Quando eu estou no trabalho, não vejo a hora de descer dos andaime” e com baixa escolaridade, utiliza-se “eu dí um beijo nela” ao invés da forma culta “eu dei um beijo nela”.
A variação geográfica, que se trata das diferentes formas de pronuncia, vocabulário e estruturas sintáticas de cada região, apresenta-se através do uso da palavra aipim, raiz comestível, que no Brasil, pode ser conhecida também como macaxeira, mandioca, maniva e pão-de-pobre.
Já a variação estilística, considerando o indivíduo em um grau de comunicação informal, quando há um mínimo de reflexão sobre as normas lingüísticas, utilizado nas conversações imediatas do cotidiano, é observada nos trechos: “A gente fomos no shopping, pra mó de a gente lancha”, “Esse tal Chopis Centis, é muito legalzinho”, “Quantcha gente, quantcha alegria”.

"Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio e, ainda num só local, apresenta um sem-número de diferenciações.(...) Mas essas variedades de ordem geográfica, de ordem social e até individual, pois cada um procura utilizar o sistema idiomático da forma que melhor lhe exprime o gosto e o pensamento, não prejudicam a unidade superior da língua, nem a consciência que têm os que a falam diversamente de se servirem de um mesmo instrumento de comunicação, de manifestação e de emoção."
(Celso Cunha, em  Uma política do idioma)

Roberta Camila Bernussio Moreira - RA: B0287C-3 (1º semestre)
Jéssica Guimarães Leite - RA 420290-2 (2º semestre)
 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Variação Linguística – Variação Diafásica


A variação diafásica ocorre de acordo com a situação comunicativa.

No texto Correspondência publicada por Millôr Fernandes em 1946 na publicação O Cruzeiro, há uma variação deste tipo:

Como podemos analisar, aqui são descritas ações por meio de substantivos conjugados como verbos, criando uma linguagem própria na troca de correspondências entre irmãos:

(...) Querido mano, ontem futebolei bastante com uns amigos. Depois cigarrei um pouco e nos divertimos montanhando até que o dia anoitou. Então desmontanhamos, nos amesamos, sopamos, e cafezamos. Em seguida varandamos. No dia seguinte, cavalamos muito. (...)

Nota-se a variação linguística pela situação de comunicação inserida no contexto: uma correspondência entre irmãos de modo a familiarizá-los com as atividades rotineiras que ambos realizaram e o recurso utilizado para se fazer a comunicação com conjugações de substantivos como verbos:
futebolei = de futebol;
cigarrei = de cigarro
montanhando/desmontanhamos = de montanha;
amesamos = de mesa;
 sopamos = de sopa;
 cafezamos = de café.

A seguir, o texto completo com a variação diafásica. Apreciem!

Correspondência

Aquele rapazinho escreveu esta carta para o irmão: 

Querido mano, 
Anteontem futebolei bastante com uns amigos. Depois cigarrei um pouco e nos divertimos montanhando, até que o dia anoiteceu. Então desmontanhamos, nos amesamos, sopamos, arrozamos, bifamos, ensopadamos e cafezamos. Em seguida, varandamos. No dia seguinte, cavalamos muito.
Abraços do irmão,
Maninho

O irmão respondeu:

Maninho,
Ontem livrei-me pela manhã, à tarde cinemei e à noite, com papai e mamâe, teatramos. Hoje colegiei, ao meio dia me leitei e às três papelei-me e canetei-me para escriturar-te. E paragrafarei finalmente aqui porque é hora de adeusar-te, pois ainda tenho que correiar esta carta para ti e os relógios já estão cincando.
De teu irmão,
Fratelo


Tatiane de Almeida Souza RA A82HII7 – 2º Semestre

Língua

Gosto de sentir a minha lígua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódias
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesias está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade (...)
(Caetano Veloso)

Por: Ariana Bezerra
Ariana Bezerra 
Dayane Souza 
Erica Cristina  
Kelly Cristina de Oliveira 
Solange Herculano Adriano 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Variações Linguísticas

Pelados em Santos

(Composição: Dinho – Intérprete: Mamonas Assassinas)

Mina, seus cabelo é da hora
Seu corpão violão
Meu docinho de coco
Tá me deixando louco
Minha Brasília amarela
Tá de portas abertas
Pra mode a gente se amar
Pelados em Santos
Pois você, minha pitchula
Me deixou legalzão
Não me sintcho sozinho
Você é meu chuchuzinho
Music, is very good
(Oxente ai, ai, ai!)
Mas comigo ela não quer se casar
(Oxente ai, ai, ai!)
Na Brasília amarela com roda gaúcha
Ela não quer entrar
(Oxente ai, ai, ai!)
É feijão com jabá
Desgraçada num quer compartilhar
Mas ela é lindia
Muitcho mais do que lindia
Very, very beautiful
Você me deixa doidião
Oh, yes! Oh, nos!
Meu docinho de coco
Music, is very porreta
(Oxente Paraguai!)
Pos Paraguai ela não quis viajar
(Oxente Paraguai!)
Comprei um Reebok e uma calça Fiorucci
Ela não quer usar
(Oxente Paraguai!)
Eu não sei o que faço
Pra essa mulé eu conquistchar
Por que ela é lindia
Muito mais do que lindia
Very, very beautiful
Você me deixa doidão
Oh, yes! Oh, nos!
Meu chuchuzinho
Oh, yes! No, no, no, no!
Eu te I love youuuuu!
Pera aí que tem mais
Um poquinho de "u"
Uuuuuuuuuu...


No ano de 1995, a música “Pelados em Santos”, do grupo Mamonas Assassinas, caiu no gosto popular. Um grupo irreverente, com letras engraçadas, entoadas por todos os jovens (e também pelos não tão jovens) do país inteiro.
Irreverência à parte, essa letra é um exemplo típico do uso de variações linguísticas identificadas na fala do povo brasileiro, que é, por excelência, uma mistura de vários povos.
Essa variação, que foge dos padrões formais da norma culta, carrega traços da cultura de um povo, da sua história, da região geográfica na qual está inserido; a língua é escrita da maneira como é falada, com vícios de linguagem, gírias, termos específicos de uma determinada região, sotaques e estrangeirismos.
A letra traz diversos tipos de variações linguísticas, como “mina”, “pitchula”, “chuchuzinho”, gírias que se referem à mulher amada, à namorada; “mulé”, “oxente”, “jabá”, palavras e expressões usadas principalmente no Nordeste brasileiro; “pra mode”, “pos Paraguai”, palavras com letras eliminadas no ato da fala; “very, very beautiful”, expressões da língua inglesa – estrangeirismo.
Em suma, podemos perceber nessa música, uma grande riqueza vocabular no tocante à variação linguística, pois ela reflete os usos da língua pelos brasileiros.

Andréa Costanza

sábado, 5 de novembro de 2011

Variação Linguística

A variação lingüística é algo do qual não podemos fugir, mais ainda no Brasil, um país onde se misturam raças, culturas, classes sociais, regionalismos, etc.
E como é nada é melhor do que a prática, claro que baseados na teoria, no vídeo a seguir, poderemos identificar  dois casos de variação lingüística. Você consegue identificá-las?
Boa empreitada e comente!


Víctor Gonzales – victorgonzales@terra.com.br

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Vida Inocente

Os pés descalços correndo pelo cerrado,que saudade da época que passava ás tardes trepado nos pés de pitomba. Saudade da minha professorinha que com as pernas tão fininhas vinha de tão longe nos ensinar. Saudade da rudez do meu paizinho, que, cuspia no chão para me avsiar que antes do cuspe secar eu haveria de chegar.
   Minha mamãezinha, que, no fogão á lenha passava o dia á cozinhar, com seu vestido franzinho estava sempre á cantarolar. Meus amiguinhos com os quais,matávamos aula para no riachinho nos banhar, o João de barro sempre infezado com as pedras que tacavamos na sua casinha, o seu Gumercindo sempre brabo com os roubos de suas goiabas; Nada disso mais me resta.
   Agora estou velhinho sempre aqui sozinho nenhum filho vem me visitar, a minha infância querida se foi, esse é o preço a pagar por envelhecer? Esse é o preço por se ficar inútil? Agora lá no alto da ladeirinha, só o que me resta é aquela igrejinha, onde tantas vezes orei por nossa senhora cuidar dos meus paizinhos; É a mesma onde vou todas as tardezinhas , orar para a mesma nossa senhora me levar dessa vidinha.

Por: Eduardo Junio

Adeus papai, mamãe e amigos.

É madrugada estou partindo agora, é melhor pois quando surgir a aurora estarei longe dos braços seus. Diga a meus amigos que não pude me despedir talvez perderia a coragem,se assim fizesse.Mamãezinha voltarei um dia,feliz de alegria para os braços seus,espero que Deus te dê saúde e te proteja, que tenha todo dia comida na mesa, e, um cobertor ao dormir. Solte meu cachorro quando bem longe eu estiver, para ele não me acompanhar, o meu passarinho pode soltar deixa ele voar para onde quiser e, voltar para seu próprio ninho quando quiser dormir.E o meu paizinho quando sai, vi ele deitadinho com os cabelos tão branquinhos parecia algodão, foi ele que deu tanto duro enquanto você ficava ao fogão, minha saudade bate forte logo deixarei o norte para na cidade grande a sorte eu tentar.Guarde as minhas coisinhas, quero ver quando voltar,tudo arrumadinho como você sempre fez.Nas minhas malas trarei muitas histórias,outras deixarei na memória ,mais tudo eu vou contar. Bom agora eu estou indo estou levando seu retratinho em que você estava junto do meu paizinho naquele dia de são joão, todas as noites vou olhar, juro que não vou chorar, vai ser para me encorajar para os dias que eu aqui ficar.

Por: Eduardo Junio

Variações linguísticas

O modo de falar do brasileiro
Toda língua possui variações linguísticas. Elas podem ser entendidas por meio de sua história no tempo (variação diacrônica) e no espaço (variação diatópica). As variações linguísticas podem ser compreendidas a partir de três diferentes fenômenos.
1) Em sociedades complexas convivem variedades linguísticas diferentes, usadas por diferentes grupos sociais, com diferentes acessos à educação formal; note que as diferenças tendem a ser maiores na língua falada que na língua escrita;
2) Pessoas de mesmo grupo social expressam-se com falas diferentes de acordo com as diferentes situações de uso, sejam situações formais, informais ou de outro tipo;
3) Há falares específicos para grupos específicos, como profissionais de uma mesma área (médicos, policiais, profissionais de informática, metalúrgicos, alfaiates, por exemplo), jovens, grupos marginalizados e outros. São as gírias e jargões.
Variações regionais: os sotaques
Se você fizer um levantamento dos nomes que as pessoas usam para a palavra "diabo", talvez se surpreenda. Muita gente não gosta de falar tal palavra, pois acreditam que há o perigo de evocá-lo, isto é, de que o demônio apareça. Alguns desses nomes aparecem em o "Grande Sertão: Veredas", Guimarães Rosa, que traz uma linguagem muito característica do sertão centro-oeste do Brasil:

Demo, Demônio, Que-Diga, Capiroto, Satanazim, Diabo, Cujo, Tinhoso, Maligno, Tal, Arrenegado, Cão, Cramunhão, O Indivíduo, O Galhardo, O pé-de-pato, O Sujo, O Homem, O Tisnado, O Coxo, O Temba, O Azarape, O Coisa-ruim, O Mafarro, O Pé-preto, O Canho, O Duba-dubá, O Rapaz, O Tristonho, O Não-sei-que-diga, O Que-nunca-se-ri, O sem gracejos, Pai do Mal, Terdeiro, Quem que não existe, O Solto-Ele, O Ele, Carfano, Rabudo.

Drummond de Andrade, grande escritor brasileiro, que elabora seu texto a partir de uma variação linguística relacionada ao vocabulário usado em uma determinada época no Brasil.

Antigamente
"Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio."

Como escreveríamos o texto acima em um português de hoje, do século 21? Toda língua muda com o tempo. Basta lembrarmos que do latim, já transformado, veio o português, que, por sua vez, hoje é muito diferente daquele que era usado na época medieval.
 
Língua e status
Nem todas as variações linguísticas têm o mesmo prestígio social no Brasil. Basta lembrar de algumas variações usadas por pessoas de determinadas classes sociais ou regiões, para perceber que há preconceito em relação a elas.

Veja este texto de Patativa do Assaré, um grande poeta popular nordestino, que fala do assunto:

O Poeta da Roça
Sou fio das mata, canto da mão grossa,
Trabáio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de paia de mío.

Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argun menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.
Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.

Meu verso rastero, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu verso só entra no campo e na roça
Nas pobre paioça, da serra ao sertão.
(...)

Você acredita que a forma de falar e de escrever comprometeu a emoção transmitida por essa poesia? Patativa do Assaré era analfabeto (sua filha é quem escrevia o que ele ditava), mas sua obra atravessou o oceano e se tornou conhecida mesmo na Europa.

Leia agora, um poema de um intelectual e poeta brasileiro, Oswald de Andrade, que, já em 1922, enfatizou a busca por uma "língua brasileira".

Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.

Uma certa tradição cultural nega a existência de determinadas variedades linguísticas dentro do país, o que acaba por rejeitar algumas manifestações linguísticas por considerá-las deficiências do usuário. Nesse sentido, vários mitos são construídos, a partir do preconceito linguístico.
*Alfredina Nery Professora universitária, consultora pedagógica e docente de cursos de formação continuada para professores na área de língua/linguagem/leitura.

Víctor Gonzales – victorgonzales@terra.com.br
















O Corredor das Lembranças!

Estávamos ali, paradas, como duas estranhas que se conheciam de longa data. Foi estranho revê-la depois de tempos de ausência. 
    A observei por um tempo. Percebi que ela não me reconhecia, talvez pelo corte do cabelo, ou pela risada não mais escandalosa como antes.
    O silêncio tomava conta daquele enorme corredor, a única coisa que se ouvia era sua respiração.
    Lembrei-me da perfeição de nossos momentos juntas. Ela em pé, olhando a escuridão da noite pela janela com o corpo coberto apenas por um lençol branco de pano leve, as costas nuas cobertas pelo enorme cabelo negro que ela possuía. O brilho da lua refletia em seus olhos um brilho prata de pura beleza, o rádio tocava Djavan. Em alguns momentos, lembro-me dela fechando os olhos e curtindo a bela musica - O seu amor reluz que nem riqueza, asa do meu destino. Clareza do tino, pétala de estrela caindo bem devagar. 
    Era uma noite fria, cada pelo de seu corpo se arrepiava quando o vento entrava pela janela. Ela sorria com a sensação de liberdade que isso lhe trazia. A beleza dela me impressionava.
    Enquanto ela se debruçava na janela e continuava a contemplar a noite, me levantei e abracei-a por trás, senti seu corpo gelado por causa do vento. Minhas mãos tocavam seu ombro e desciam lentamente até seus seios. Virei-a para mim e senti aqueles lábios rosados e bem delineados encostarem-se aos meus, e o mesmo lençol que a cobria caiu ao chão naquele mesmo instante. Vi um sorriso maldoso desabrochar daquela boca. 
    Coloquei-a no chão e me pus em cima dela forçando seu corpo contra o meu, sentindo todo o calor que saia de seus poros. Amei-a ali, no chão frio e duro, que passou desapercebido diante o nosso prazer. Ela gritava como louca e sorria ofegante. Essa imagem perdurou na minha mente.
    Nunca mais a vi depois daquela noite. E hoje, estamos aqui, paradas, como duas estranhas que se conhecem de longa data. E ela continua linda!

Por: Priscila de Oliveira Silva
e-mail: pos.92@hotmail.com

domingo, 30 de outubro de 2011

Comunicado

Pessoal, conforme foi comunicado em sala de aula pelo Prof. Adilson, segue abaixo informações sobre os trabalhos a serem postados que valerão nota:

Primeiramente, o trabalho tem que fazer conexão com o tema: “Variedade Lingüística”
Segundo: O trabalho deve ser entregue em grupo com no máximo 6 pessoas.
Terceiro: Favor enviar os R.As de todos os integrantes dos grupos.

E o mais importante, mesmo que não seja para nota, continuem enviando seus trabalhos para atualização e interação do blog.

Uma ótima semana!

Musica


Índios

Legião Urbana (Renato Russo)

....
Quem me dera ao menos uma vez
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.

Quem me dera ao menos uma vez
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos, obrigado.

Quem me dera ao menos uma vez
Como a mais bela tribo
Dos mais belos índios
Não ser atacado por ser inocente......


Álbum: Dois
EMI Music (1986)


Por: Raphael L.D Junior – alien_ninja@hotmail.com

Variados

Socopé

Os verdes longos da minha ilha
são agora a sombra do ocá,
névoa da vida,
nos dorsos dobrados sob a carga
 (copra, café ou cacau — tanto faz).
Ouço os passos no ritmo
calculado do socopé,
os pés-raízes-da-terra
enquanto a voz do coro
insiste na sua queixa
 (queixa ou protesto — tanto faz).
Monótona se arrasta
até explodir
na alta ânsia de liberdade.

Manuela Margarido (poetisa são-tomense) 


Nascimento

Aceso está o fogo
prontas as mãos
o dia parou a sua lenta marcha
de mergulhar na noite.
As mãos criam na água
uma pele nova
panos brancos
uma panela a ferver
mais a faca de cortar
Uma dor fina
a marcar os intervalos de tempo
vinte cabaças deleite
que o vento trabalha manteiga
a lua pousada na pedra de afiar
Uma mulher oferece à noite
o silêncio aberto
de um grito
sem som nem gesto
apenas o silêncio aberto assim ao grito
solto ao intervalo das lágrimas
As velhas desfiam uma lenta memória
que acende a noite de palavras
depois aquecem as mãos de semear fogueiras
Uma mulher arde
no fogo de uma dor fria
igual a todas as dores
maior que todas as dores.
Esta mulher arde
no meio da noite perdida
colhendo o rio
enquanto as crianças dormem
seus pequenos sonhos de leite.

Ana Paula Ribeiro Tavares (poetisa angolana)



A Pequena Angústia

Mais perto de mim são as estrelas
neste jardim,
do que os homens sentados a meu lado.
As estrelas brilham.
Os homens falam
lá entre eles.
Não escutam o silêncio
os homens que falam
neste jardim.
As estrelas falam
perto de mim.

Ruy Cinatti (poeta timorense)


Por: Raphael L.D Junior – alien_ninja@hotmail.com

Paulo Freire, o mentor da educação para a consciência.

O mais célebre educador brasileiro, autor da pedagogia do oprimido, defendia como objetivo da escola ensinar o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo


Paulo Freire (1921-1997) foi o mais célebre educador brasileiro, com atuação e reconhecimento internacionais. Conhecido principalmente pelo método de alfabetização de adultos que leva seu nome, ele desenvolveu um pensamento pedagógico assumidamente político. Para Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno. Isso significa, em relação às parcelas desfavorecidas da sociedade, levá-las a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação. O principal livro de Freire se intitula justamente Pedagogia do Oprimido e os conceitos nele contidos baseiam boa parte do conjunto de sua obra.

Ao propor uma prática de sala de aula que pudesse desenvolver a criticidade dos alunos, Freire condenava o ensino oferecido pela ampla maioria das escolas (isto é, as "escolas burguesas"), que ele qualificou de educação bancária. Nela, segundo Freire, o professor age como quem deposita conhecimento num aluno apenas receptivo, dócil. Em outras palavras, o saber é visto como uma doação dos que se julgam seus detentores. Trata-se, para Freire, de uma escola alienante, mas não menos ideologizada do que a que ele propunha para despertar a consciência dos oprimidos. "Sua tônica fundamentalmente reside em matar nos educandos a curiosidade, o espírito investigador, a criatividade", escreveu o educador. Ele dizia que, enquanto a escola conservadora procura acomodar os alunos ao mundo existente, a educação que defendia tinha a intenção de inquietá-los.

Aprendizado conjunto

Freire criticava a idéia de que ensinar é transmitir saber porque para ele a missão do professor era possibilitar a criação ou a produção de conhecimentos. Mas ele não comungava da concepção de que o aluno precisa apenas de que lhe sejam facilitadas as condições para o auto-aprendizado. Freire previa para o professor um papel diretivo e informativo - portanto, ele não pode renunciar a exercer autoridade. Segundo o pensador pernambucano, o profissional de educação deve levar os alunos a conhecer conteúdos, mas não como verdade absoluta. Freire dizia que ninguém ensina nada a ninguém, mas as pessoas também não aprendem sozinhas. "Os homens se educam entre si mediados pelo mundo", escreveu. Isso implica um princípio fundamental para Freire: o de que o aluno, alfabetizado ou não, chega à escola levando uma cultura que não é melhor nem pior do que a do professor. Em sala de aula, os dois lados aprenderão juntos, um com o outro - e para isso é necessário que as relações sejam afetivas e democráticas, garantindo a todos a possibilidade de se expressar. "Uma das grandes inovações da pedagogia freireana é considerar que o sujeito da criação cultural não é individual, mas coletivo", diz José Eustáquio Romão, diretor do Instituto Paulo Freire, em São Paulo.

A valorização da cultura do aluno é a chave para o processo de conscientização preconizado por Paulo Freire e está no âmago de seu método de alfabetização, formulado inicialmente para o ensino de adultos. Basicamente, o método propõe a identificação e catalogação das palavras-chave do vocabulário dos alunos - as chamadas palavras geradoras. Elas devem sugerir situações de vida comuns e significativas para os integrantes da comunidade em que se atua, como por exemplo "tijolo" para os operários da construção civil.

Diante dos alunos, o professor mostrará lado a lado a palavra e a representação visual do objeto que ela designa. Os mecanismos de linguagem serão estudados depois do desdobramento em sílabas das palavras geradoras. O conjunto das palavras geradoras deve conter as diferentes possibilidades silábicas e permitir o estudo de todas as situações que possam ocorrer durante a leitura e a escrita. "Isso faz com que a pessoa incorpore as estruturas lingüísticas do idioma materno", diz Romão. Embora a técnica de silabação seja hoje vista como ultrapassada, o uso de palavras geradoras continua sendo adotado com sucesso em programas de alfabetização em diversos países do mundo.

Seres inacabados

O método Paulo Freire não visa apenas tornar mais rápido e acessível o aprendizado, mas pretende habilitar o aluno a "ler o mundo", na expressão famosa do educador. "Trata-se de aprender a ler a realidade (conhecê-la) para em seguida poder reescrever essa realidade (transformá-la)", dizia Freire. A alfabetização é, para o educador, um modo de os desfavorecidos romperem o que chamou de "cultura do silêncio" e transformar a realidade, "como sujeitos da própria história".

No conjunto do pensamento de Paulo Freire encontra-se a idéia de que tudo está em permanente transformação e interação. Por isso, não há futuro a priori, como ele gostava de repetir no fim da vida, como crítica aos intelectuais de esquerda que consideravam a emancipação das classes desfavorecidas como uma inevitabilidade histórica. Esse ponto de vista implica a concepção do ser humano como "histórico e inacabado" e conseqüentemente sempre pronto a aprender. No caso particular dos professores, isso se reflete na necessidade de formação rigorosa e permanente. Freire dizia, numa frase famosa, que "o mundo não é, o mundo está sendo".

Três etapas rumo à conscientização


Embora o trabalho de alfabetização de adultos desenvolvido por Paulo Freire tenha passado para a história como um "método", a palavra não é a mais adequada para definir o trabalho do educador, cuja obra se caracteriza mais por uma reflexão sobre o significado da educação. "Toda a obra de Paulo Freire é uma concepção de educação embutida numa concepção de mundo", diz José Eustáquio Romão. Mesmo assim, distinguem-se na teoria do educador pernambucano três momentos claros de aprendizagem. O primeiro é aquele em que o educador se inteira daquilo que o aluno conhece, não apenas para poder avançar no ensino de conteúdos mas principalmente para trazer a cultura do educando para dentro da sala de aula. O segundo momento é o de exploração das questões relativas aos temas em discussão - o que permite que o aluno construa o caminho do senso comum para uma visão crítica da realidade. Finalmente, volta-se do abstrato para o concreto, na chamada etapa de problematização: o conteúdo em questão apresenta-se "dissecado", o que deve sugerir ações para superar impasses. Para Paulo Freire, esse procedimento serve ao objetivo final do ensino, que é a conscientização do aluno.


Márcio Ferrari

Por: Roberta Camila Bernussio Moreira - 1º Semestre - roberta_camila@rmtornearia.com

Os Beats: HQ leva o leitor de maneira mais atraente ao universo da literatura beat

A HQ Os Beats revela momentos importantes da história do movimento beat surgido nos anos 50 nos Estados Unidos através das biografias de seus principais escritores: William Burroughs, Allen Ginsberg e Jack Kerouac. Nesta graphic history, há uma tentativa bem sucedida de trazer aos leitores de modo mais atrativo a história do movimento literário que foi o ponto de partida para o início da contracultura que influenciou milhares de artistas mundo afora, tanto na literatura propriamente dita quanto na música e na arte em geral.

 A obra cita também outros autores dessa geração que também contribuiram para seu desenvolvimento. Entre eles estão: Gregory Corso, Robert Duncan e Lawrence Ferlinghetti.

 O livro traz referência das principais obras dos escritores, o que serve de guia de leitura para quem pretende mergulhar a fundo na literatura beat. Influenciada pelo jazz, pelo inconformismo na sociedade americana da época e pela boemia, a geração beat pregava um estilo de escrita mais "descontraída", ou seja, a prosa espontânea que fugia aos padrões acadêmicos de outros escritores, porém com muito intelectualismo, espiritualidade e desapego material. Uma busca por ideais de liberdade e hedonismo.



Por:  Tatiane de Almeida Souza - tatiane.contato@yahoo.com.br

Receita para um Novo Dia

Pegue um litro de otimismo,
Duas lágrimas –de preferência
Escorridas no passado.
Duas colheres de muita luta
E sonhos à vontade.
Duzentos gramas de presente
E meio quilo de futuro.
Pegue a solidão, descasque-a toda
E jogue fora a semente.
Coloque tudo dentro do peito
E acenda no fogo brando das manhãs de sol.
Mexa com muito entusiasmo.
Ao ferver, não esqueça de colocar
Uma dose de esperança
E várias gotas de liberdades.
Sorrisos largos e abraços apertados,
Para dar um gosto especial.
Quando pronto,
assim que os olhos começarem a brilhar,
Sirva-o de braços abertos.

Sérgio Vaz



Por: José Vilson Lima Chagas – 1 semestre - jose.vil.son@hotmail.com

As sem razões do Amor

Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou de mais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

(Carlos Drummond de Andrade)


Roberta Camila Bernussio Moreira - roberta_camila@rmtornearia.com

A Natureza

"Nestas ruas frias, de decoração suja
Ainda consigo te ver
Em uma esquina ou em uma calçada
Você resiste, tentando sobreviver
Cada nascimento humano
Uma morte para você
Mais uma área será devastada
Para ser lar de um novo ser
Mas e seu lar?
Invadimos e tomamos de você
Ou será que tomamos de nós mesmos?
O natureza para onde estamos te levando
Sem o alimento que sai de sua terra
Que forças teremos para impedir sua morte
Sem a água que sai de seus regaços,par nos hidratar
Que lágrimas choraremos por ti?
Pois quando tu morrer
Morreremos junto
Sem ti não podemos viver"

































Por: Viviane dos Santos Ferreira 2º semestre Letras, vyvy.zinha@hotmail.com

Carta ao Anjo

Admirável anjo;

Os dias têm passado tão depressa, não acha? Você deve estar se perguntando o porquê deste meu comentário... pois bem, é que eu queria vê-lo. Sei que isso não é possível, mas fico contente em poder sentir tua presença.
Sabe, tenho pensado muito em todos os momentos em que esteve comigo, me protegendo. Você se lembra de quando eu ia atravessar aquela avenida super agitada? Foi quando eu senti algo me segurando... eram tuas mãos. Como foi bom saber que foi você quem evitou o pior.
Espero que não tenha esquecido também de quando fui fazer a minha primeira entrevista de emprego. Que coisa! Eu nem conhecia essa cidade direito, mas você estava lá. Ajudou-me a não me perder, me guiou e me protegeu novamente.
Desde quando eu era pequenina você tem me envolvido em tuas asas, tem cuidado de mim tão bem. Sei que de longe você estava a me observar, sempre preocupado com minha felicidade, meu bem estar. Eu sei disso! Aliás, eu sinto isso!
Você sempre foi quem eu sempre esperei que fosse. Nunca faltou nada para mim e para minha irmãzinha. Você cuidava de nós com tanto carinho, tanto cuidado.
Lembro-me das noites em que minha irmã esteve doente. O teu instinto protetor nunca falhou. Esteve sempre presente. Sempre! Até quando tive que sair urgente da escola porque estava sentindo muitas dores, se lembra? Ah como você cuidou de mim. Guiou-me até o hospital. Minha mãe ficou tão preocupada, tadinha. Mas você estava ali, também preocupado com minha saúde, minha proteção.
Sei que em todos os momentos ruins que passamos você esteve presente com tua principal função: proteger e cuidar!
Mas eu preferia que as coisas não tivessem ocorrido da maneira que ocorreram. Tua função sempre foi a mesma, mas a “profissão” não.
Todas as noites eu conversava com você e com o nosso bom Deus. Por que bem agora tenho que conversar somente com Ele?
Porque logo você tinha que tornar-se meu anjo? Por quê? Você poderia estar bem mais próximo do que está hoje. Pelo menos tua presença seria mais forte. Por que Ele escolheu logo você? Será que ele percebeu o quanto você me ama, me protegia e cuidava de mim e talvez quisesse que você se tornasse um de Seus anjos protetores? Um ser preparado para essa “profissão”?
Eu não sei e nunca vou saber. Só sei que quando te perdi, passei a perceber o quanto a vida passa depressa. O quão curto é o tempo e como devemos curtir a vida em cada rápido segundo seu.
Em um momento posso estar sorrindo, em outro posso tornar-me o anjo de outra pessoa.
Com você aprendi a amar, a respeitar e principalmente, a cuidar! Tenho muito orgulho de você, querido pai.
Eu te amo e sempre te amarei. Jamais esquecerei o quanto tua presença e proteção foram e são importantes para mim e para nossa querida mamãe e irmãzinha.

De uma pessoa que te ama muito,
Tua filha.

Por: Caroline Lima Barbosa, do 2º semestre. - carol.m.e.l@hotmail.com

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Feira da Profissões

No dia 29/10 das 13h as 17h a UNIP realizará a Feira da Profissões. Trata-se de um evento aberto a comunidade que será convidada para orientação profissional.
Vamos participar pessoal!
Por:Michelle Almeida - chelleduda@yahoo.com.br
 

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Poesia Matemática


Às folhas tantas 
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia 
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide, 
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida 
paralela à dela
até que se encontraram 
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação 
traçando 
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas. 
E enfim resolveram se casar
constituir um lar, 
mais que um lar, 
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade 
integral e diferencial. 
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes 
até aquele dia 
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu 
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos. 
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade. 
Era o triângulo, 
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração, 
a mais ordinária. 
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser 
moralidade
como aliás em qualquer 
sociedade.
Millôr Fernandes

Por: Tatiane de Almeida Souza - tatiane.contato@yahoo.com.br

sábado, 15 de outubro de 2011


Um grito na escuridão

Sou filha de uma geração sem sonhos.
Vivo dentro de uma bola de cristal
E procuro em outros ângulos
Um novo sentido que me torne real
A minha alma esta presa dentro de pensamentos vazios
O que torna oca, muito mais do por dentro.
Sem qualquer outro sentimento
Estou presa a escuridão
Apenas ouço meus próprios gritos ecoando
Pela talvez obliqua mas silenciosa solidão

Por: Vaneza Dos Santos Piauy - vaneza_santospiauy@hotmail.com